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Caminhoes inteligente

Caminhões Inteligentes

Fugir não adianta, afinal, a tecnologia está presente no dia-a-dia de todos os profissionais, inclusive dos carreteiros. O computador invadiu as cabines dos caminhões, na sua maioria produzidos hoje com motores eletrônicos. Com eles vieram a checagem de falhas, rastreadores mais uma série de facilidades para o motorista que, segundo alguns especialistas, em poucos anos irá transportar um escritório dentro de seu caminhão, além de sua carga. Por isso, estar atento e se manter atualizado é, na prática, obrigatório para quem quiser continuar na briga por uma carga e um bom frete. 

“Tudo começou com a chegada dos propulsores eletrônicos e acredito que daqui a 5 ou 10 anos, a cabine se transforme em escritório e casa. Com a Internet o carreteiro precisará conhecer programas como o Windows. Aqui na Mercedes, ensinamos o motorista a perder o medo do teclado do computador. Já é preciso interagir com o painel”, explica Marcos José Fidelis, coordenador de treinamento técnico de veículos comerciais, da Mercedes-Benz. 

Atualmente, o motorista está em processo de mudança. Nos caminhões eletrônicos, aquela inspeção diária, como nível de óleo do motor, óleo lubrificante, nível de água é realizada pelo painel, digitando algumas teclas. O exercício de descer do veículo, levantar a tampa do motor e puxar a vareta, foi praticamente extinto.

“Conduzir o caminhão agora é operar com técnica e trazer rentabilidade. No futuro, o carreteiro será chamado de técnico de operação, ou seja, não se pode deixar a tecnologia correr mais do que você, tem que acompanhá-la. No passado as transportadoras não ligavam muito para cursos. Como as montadoras praticamente tinham lançamentos de novos produtos a cada dez anos, sem muita tecnologia, isso não importava. Com o motor eletrônico, a informática e os preços altos dos veículos é preciso ter mais rentabilidade. Assim, os cursos começaram a ter outra importância para a economia de combustíveis, pneus e manutenção”, conclui Fidelis.

Cursos que até as empresas de rastreamento lecionam aos motoristas. “Treinamos os carreteiros praticamente em um dia, para saber mexer com nosso equipamento. Ele tem um teclado parecido com o do computador, pelo qual se corresponde com a sua base”, diz Rodrigo Costa, diretor de marketing da Autotrac, empresa que desde de 1994 opera no mercado de rastreamento. “Como também oferecemos produtos para o estradeiro autônomo, no pacote há um serviço, que na entrega de uma carga ele pode ser acionado pelo seu equipamento, dentro da sua cabine, para outro carregamento, tal a importância da informática”, avisa. 

Em relação aos rastreadores, Rodrigo acredita que o condutor não terá muitos problemas com a informática, porque na realidade, quem cuida do sistema é a transportadora, que vai seguí-lo. “Mas, no futuro, dentro do seu caminhão, ele terá a Internet, onde vai puxar programas novos que a transportadora utilizará”, calcula. 

No presente, parece que a informática está andando devagar. Mas ela está correndo por baixo na área do segmento do carreteiro. “No funcionamento dos nossos caminhões eletrônicos, basta uma orientação ao motorista, sem a necessidade de treinamentos específicos em informática. No entanto, mais para a frente, os veículos serão verdadeiras unidades de negócios interagindo com o mundo via satélites”. Aí sim os profissionais precisarão de treinamentos específicos, aponta Eduardo R. Lazaro, Powertrain Engineering Supervisor, da Volkswagen Caminhões.

Nas transportadoras a situação não é muito diferente. “Nossos motoristas recebem parte de suas coletas nas cidades, diretamente em seus telefones Nextel. Além disso ao retornarem no final do dia para a empresa, utilizam nas plataformas de descarregamento, os terminais de computadores, para a identificação das mercadorias com o seu código de barras. A velha e conhecida denominação de caminhoneiro começa a dar lugar a uma nova categoria de profissional, onde o motorista se inicia em conhecimentos diferenciados de tecnologia alternativas que vem sendo desenvolvidas”, informa Ariovaldo Minhoto, superintendente operacional, da Transportadora Braspress.

Entre os profissionais há opiniões divergentes. Alguns já sentem as mudanças e outros nem tanto. Otavio Felzmann, de São Leopoldo/RS, que pilota um FH 12, de motor eletrônico, ano 2004, como empregado, teve que fazer um curso de dois dias para entender o novo veículo. Carreteiro há 32 anos, ele acredita que fora este tipo de curso, ainda não é preciso aprender informática.

Valdenir Antonio Pellenz, outro empregado, morador de Canoas/RS, dirige também um FH 12, só que ano 99, com propulsor semi-eletrônico. Mais antenado na tecnologia e com 15 anos de profissão, já vê outros tempos. Para ele o autônomo tem sim que saber sobre computadores, pois para conseguir cargas é preciso saber utilizar a Internet.

“Acredito que no futuro vou ter que mexer com a informática e isso não vai demorar muito”, prevê Silmar Camargo de Lima, de Giruá/RS, que conduz um Scania Millenium, ano 2001. Com 30 anos de idade e apenas 12 de profissão se ressente até pela morte anunciada daquela manutenção caseira do carreteiro. “Antes, nos motores mecânicos, eu mesmo arrumava os pequenos problemas. Com os eletrônicos, não. Tenho que correr às concessionárias”, avalia Silmar.

Completamente avesso a idéia de que a informática possa entrar totalmente na vida do motorista, está o carreteiro Edson Alves de Carvalho, 39 anos, dono de um FH 12, ano 97, de Itapecerica da Serra/SP. “Ninguém exige da gente o uso de computadores. E nunca exigirá. Na Internet só têm cargas ruins, que ninguém quer. O carreteiro será apenas o motorista que sempre foi. Aliás, troquei o meu caminhão, não por causa do motor eletrônico, e sim pela cabine frontal, que o mercado está exigindo por ter maior capacidade de carga”, finaliza.

FONTE: REVISTA O CARRETEIRO (www.revistaocarreteiro.com.br)
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